Este blog mostra o caso do tratamento de pé torto congênito de Alice Malta, filha do casal Alexandre e Rafaella, de Caruaru-PE.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tenotomia, sexto gesso e órtese

Como o pezinho evoluiu muito bem ao tratamento, a Dra. Ana Cláudia já tinha marcado a tenotomia para ser feita quando retirasse o quinto gesso (último post) e então fez o procedimento com anestesia local e foi tudo muito rápido, apesar de eu achar uma eternidade, mas foram 5 minutinhos que me fizeram suar um bocado e me deixar um tanto quanto apreensivo, mas que graças a Deus foi tudo certo e já após a tenotomia, que é um pequeno corte no tendão de aquiles para permitir uma melhor dorsiflexão do pé, foi feito um novo gesso que deve ser utilizado por 3 semanas para daí então retirá-lo e começar a utilizar a órtese.

Encomendamos a órtese em São Paulo e iríamos dia 21/09 a Maceió para retirar este gesso e passarmos a fase da amiguinha órtese, mas infelizmente Alice engordou mais do que o esperado e o gesso então estava a incomodando muito, o que fez com que ela passase dois dias terríveis, com um choro inconsolável, sem comer direito, e então entrei em contato com a Dra. Ana Claudia e apesar de não ser recomendado fazer isso, pelo fato de estarmos um pouco longe dela, fui autorizado a tirar o gesso e colocar a órtese, com a promessa de irmos assim que possível para ela ver o pezinho.

No fim das contas, o pezinho dela está na posição correta, não dá nem pra ver que foi feita a tenotomia, e a órtese está perfeita, e com o calcanhar encostando corretamente na palmilha.

Essa fase agora é de 3 meses utilizando a órtese por 23 horas por dia e iremos agora apenas mensalmente para consulta para acompanhamento da manutenção do tratamento, visto que a correção já foi feita na fase dos gessos e da tenotomia, MAS, essa fase da órtese é tão importante quanto, pois se usada corretamente e no período correto, manterá o pezinho na posição correta e evitará de acontecer a recidiva, ou seja, o pezinho voltar a posição torta inicial.

Após os 3 meses, o tempo de uso diário diminui para 14 horas, o que a permitirá desenvolver o aprendizado do andar normalmente, utilizando apenas a noite, e assim continuará o tratamento com a órtese até por volta dos 4 anos de idade.

Seguem as fotos:








Alice e a Dra. Ana Cláudia

sábado, 10 de setembro de 2011

Quinto gesso CORRETO

E continuando com a evolução do tratamento, é perceptível a mudança a cada gesso, o que nos anima ainda mais a cada dia e o quão somos gratos ao Dr. Ponseti pelo seu esforço nas pesquisas para o desenvolvimento do método e dos profissionais dedicados, como a Dra. Ana Cláudia que está cuidando do pezinho da nossa filha com tanto carinho.

Segue a foto do quinto gesso:




E a foto após a retirada desse gesso:

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quarto gesso CORRETO

A cada dia estamos mais felizes com a evolução do pezinho dela e como vocês puderam ver no post anterior, o pezinho já está bem próximo da posição correta, mas nem por causa disso deve-se interromper o tratamento ou "aliviar" com a retirada antecipada do gesso ou qualquer coisa do tipo que acarrete nos erros comuns do tratamento pelo método de Ponseti para a colocação/retirada do gesso que são:

O pé deve ser imobilizado com o alongamento máximo dos ligamentos contraturados abtido após cada manipulação. No gesso, os ligamentos novamente tornam-se mais flexíveis, permitindo mais alongamento no próximo gesso.
O gesso deve ser longo, estendendo-se até a raiz da coxa. Gessos curtos não seguram a abdução do calcâneo.
Tentativas de correção do equino antes da correção do varo do calcâneo e a supinação do pé resultam em uma deformidade do pé em mata-borrão. O equino através da articulação subtalar pode ser corrigido através da abdução do calcâneo.

Bem, continuando com o tratamento de Alice, seguem as fotos do quarto gesso, onde já se percebe uma boa abdução do pé. O que é abdução? Veja na figura abaixo os movimentos do pé e suas nomenclaturas. Está em inglês mas os nomes são bem parecidos e dá pra entender. (Figura retirada do livro do Dr. Ignacio Ponseti. Congenital Clubfoot - Fundamentals of treatment)
Foto do 4º gesso:

E no 5º dia do gesso, notamos Alice bem estressada e chorando muito, balançando a perninha, e como no último gesso já tínhamos visto que ela tinha engordado e já estava ficando bem apertado, imaginamos que teria sido isso, então ligamos para a médica e ela recomendou tirar o gesso e se possível irmos logo após até Maceió para colocarmos o próximo, então assim o fizemos.
Logo abaixo seguem as fotos do pezinho após a retirada do quarto gesso:

Terceiro gesso CORRETO


E então, após a retirada do terceiro gesso:


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tratamento CORRETO - 2º gesso

Ficamos bastante animados e esperançosos com a evolução dela do primeiro para o segundo gesso, mas infelizmente acabamos esquecendo de registrar o 2º gesso de forma detalhada, mas seguem abaixo duas fotos dela própria bem feliz com seu pezinho indo pra seu lugar certo. Inclusive porque ela pôde usar um sapatinho pela primeira vez (2ª foto), mesmo com o gessinho, isso mostra que o pezinho já está desentortando!

E abaixo a foto do pezinho após a retirada do 2º gesso:

Início do tratamento CORRETO - 1º gesso

Fomos então até Maceió-AL, uma viagem de 200km para a Dra. Ana Cláudia avaliar o pezinho de Alice e então prontamente ela já começou o tratamento colocando o primeiro gesso. (Primeiro porque entramos num consenso de que era necessário COMEÇAR o tratamento, pois como não houve nenhuma ou muito pouca evolução do tratamento anterior, era melhor não contar com o que foi feito anteriormente.)

Mais uma vez coloco abaixo a foto do pezinho ao iniciar o tratamento em Maceió.
E agora a foto do 1º gesso colocado de forma CORRETA.
E o resultado após a retirada deste gesso:

domingo, 14 de agosto de 2011

Quarto e último gesso ERRADO

Como disse no post anterior, esperamos como o quarto gesso seria colocado e então decidimos procurar tratamento adequado e eficaz.


Segue as fotos do pezinho dela após a retirada do terceiro gesso:
Como é perceptível, a evolução após 3 gessos é muito pequena, o que nos deixou bastante frustrados, juntamente com a colocação do quarto gesso, o qual não falei nada desta vez e que infelizmente o ortopedista voltou a fazer o gesso abaixo do joelho, e sem manipular o pezinho.
Através de anjos que participam da lista de e-mails http://br.groups.yahoo.com/group/petortocongenito/) tive o contato com uma mãe que era de Recife e que tratou sua filhinha em Maceió com uma médica que seguia o protocolo do método Ponseti, mas infelizmente não consegui pegar com ela nem e-mail nem telefone da médica, mas através da ONG Miraclefeet consegui o contato e quando liguei para ela e expliquei a situação, ela pediu para retirar o gesso pois poderia estar machucando. Dito e feito. Após a retirada do gesso, o tornozelo dela estava roxo e mais uma vez sem avanços no tratamento. 
A Dra. Ana Cláudia se disponibilizou a fazer o tratamento de Alice, e após dois dias do nosso primeiro contato fomos até Maceió para uma consulta, e se possível, já recomeçar o tratamento.

Terceiro gesso - ERRADO

Sempre com uma pulga atrás da orelha e continuando a pesquisar sempre, tiramos o segundo gesso e tiramos as fotos para comparação:
Com a colocação errada do gesso, pois a "manipulação" sendo feita com o gesso já no pé, acaba criando pontos de pressão e acabou deixando o pezinho dela assim:
Mais uma vez insisti que o ortopedista colocasse o gesso acima do joelho, se possível um pouco mais alto, mas ainda assim não ficou da forma esperada e muito longe de o pé ser manipulado para a posição esperada, o que nos mostrava a cada dia que a evolução e o tratamento não estavam de acordo com a técnica e como o esperado.
Mais uma semana de apreensão e muita paciência, o que nos levou a tomar uma decisão: No próximo gesso eu não falaria nada, já que deveria partir do médico a iniciativa de utilizar corretamente o tratamento, visto que desde o primeiro dia em que fomos vê-lo ele informou que faria o tratamento pelo método Ponseti, mas infelizmente estávamos vendo que isto não estava acontecendo, portanto se não houvesse uma mudança no tratamento, independente de onde tivesse um médico que tratasse de forma correta, faríamos de tudo para levá-la até lá.

Segundo gesso - ERRADO

Após esperar dois dias depois da retirada do primeiro gesso de forma antecipada (detalhes no post anterior), fomos colocar o segundo gesso e antes do médico começar a colocar o gesso questionei o porquê de ele não colocar o gesso acima do joelho até a virilha como manda o método Ponseti, e ele informou que não tem uma receita de bolo pra esse tratamento e que ele visa a qualidade de vida do paciente, pois o gesso até em cima incomoda muito e ele tem tido bons resultados com o gesso abaixo do joelho, MAS mesmo assim pedi pra ele colocar acima do joelho, e ele colocou, não ainda da forma correta até a virilha, pois ele disse que Alice não tem coxa suficiente para fazer o gesso, e deixou exatamente acima do joelho, o que fez com que ela ainda pudesse esticar a perna, portanto, ainda assim foi feito de forma incorreta.

Segue o vídeo da aplicação do segundo gesso de forma ERRADA.


Início do tratamento - ERRADO

Bem, continuando sobre o tratamento de Alice, como indicado pelo médico ortopedista daqui de Caruaru, iniciaríamos o tratamento quando ela completasse 1 mês de vida, e enquanto isso entrei com afinco nas pesquisas e estudos sobre o tratamento e a partir das informações que consegui entrei em contato com a Dra. Monica Pacheco e quando contei sobre o nosso caso, ela disse que o médico o qual tínhamos levado Alice havia feito o seminário dela e apesar de não saber sobre nenhum caso que ele tivesse tratado, valeria a pena tentar o tratamento, visto que pra nós seria bem mais cômodo em não ter que sair da nossa cidade para realizar tal tratamento.


Decidi então registrar o máximo possível o tratamento com fotos e vídeos para acompanhamento da evolução do pezinho de Alice, bem como para envio para Dra. Monica, visto que a mesma muito gentilmente se disponibilizou a acompanhar o tratamento mesmo à distância, portanto a cada etapa do tratamento eu enviava um e-mail tanto para o médico que estava fazendo o tratamento, como para a Dra. Monica com a descrição do que foi feito, juntamente com fotos e vídeos.


Portanto segue a foto do pezinho de Alice ANTES do início do tratamento (de forma ERRADA, abaixo explicarei o porquê).
>A orientação inicial do ortopedista foi que o gesso seja colocado para primeiro "espalmar" a sola do pé, para só então depois começar a manipulação para retorno do pezinho para a posição normal. (Até aí tudo bem, visando diminuir o cavo da sola do pé)
>O gesso foi colocado por um enfermeiro acompanhado pela orientação do ortopedista, com sua extensão até abaixo do joelho, permitindo uma movimentação maior da perna. (ERRADO! O GESSO DEVE FICAR ATÉ PRÓXIMO À VIRILHA, FORMANDO UM ÂNGULO DE 90 GRAUS NO JOELHO PARA QUE OCORRA A CORRETA ABDUÇÃO DO PÉ)
>Fomos orientados a retirar o gesso na próxima semana na quarta-feira à tardinha, antes do banho, para que no outro dia pudesse ser feito novo gesso. (ERRADO! O GESSO DEVE SER RETIRADO SOMENTE NA CLÍNICA/HOSPITAL ONDE SERÁ COLOCADO UM NOVO GESSO, POIS ALGUMAS HORAS SEM O GESSO PODE RETARDAR A EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO PODENDO INCLUSIVE ANULAR A SEMANA INTEIRA DO GESSO COLOCADO.)
>O enfermeiro informou que várias crianças fazem esse tratamento lá e que algumas crianças chegam a passar até 5 meses trocando o gesso! (ERRADO! Isso me deixou um tanto quanto assustado, visto que segundo o tratamento Ponseti o normal em média são de 5 a 7 gessos, ou seja, 5 a 7 semanas)

Fotos do primeiro gesso colocado de forma ERRADA:
Após 5 dias da colocação deste gesso, o dedão dela ficou bastante vermelho e então ligamos para o médico e ele disse pra tirar o gesso, mas que só poderia colocar o novo gesso dois dias depois... Segue a foto do pezinho após o primeiro gesso.
Não vi diferença, apesar de ele dizer que viu, mas... esperamos a colocação do novo gesso. (próximo post)

Informações úteis sobre o PTC

Como disse no post anterior, pesquisei e continuamos pesquisando muito sobre o Pé Torto e o tratamento pelo método de Ponseti, o que nos levou a conseguir inúmeros links e informações, as quais compartilho algumas como vocês:


Site da Dra. Monica Pacheco (Incentivadora e disseminadora da técnica no Brasil)
http://www.petorto.com.br


Apostila em português sobre o tratamento (essencial para referência durante o tratamento, vale a pena a impressão e leitura detalhada)
www.global-help.org/publications/books/help_cfponsetiportuguese.pdf


Lista/Grupo de e-mail de pais com filhos com PTC (Graças a esses anjos que fazem parte deste grupo, consegui informações valiosíssimas, dentre o compartilhamento de experiências, apoio e amizades, bem como indicações de médicos de confiança em todo o Brasil)
http://br.groups.yahoo.com/group/petortocongenito/


ONG Miraclefeet (Em inglês - Organização que visa erradicar os casos não tratados de PTC em países em desenvolvimento, inclusive um deles é o Brasil)
http://www.miraclefeet.org


A partir destes links, é possível uma ótima orientação sobre o tratamento correto para o pé torto.

A descoberta do PTC

Teoricamente o PTC - Pé Torto Congênito é diagnosticado durante a gravidez na ultrasom morfológica, em torno de 22 semanas de gestação. Mas no nosso caso, infelizmente não temos boas clínicas/médicos em nossa cidade (Caruaru-PE), e por isso quando fizemos esse exame o doutor não identificou o PTC, o que fez com que somente descobríssemos na hora do parto.


Mais uma vez infelizmente pela falta de médicos preparados (não são todos, logicamente, há exceções) em nossa cidade, a pediatra que acompanhou o parto sabia que não tínhamos conhecimento do PTC e fez a indelicadeza de mostrar a Rafaella ainda na mesa de cirurgia o pezinho, o que a deixou bastante nervosa e preocupada (foto abaixo), o que acho que deveria ser feito após um tempo, no quarto, pois além do estado emocional e preocupação que o parto em si já causa, aliado ao efeito da anestesia, poderia ter acontecido algo mais grave com ela, mas a reação se limitou apenas a uma tremedeira incontrolável e apreensão.




Assim que tive oportunidade de ir para casa descansar um pouco (Alexandre), fui direto para a internet pesquisar sobre o assunto e entender um pouco do que se tratava, e após várias horas de pesquisa, um dos sites mais esclarecedores que achei foi o da Dra. Monica Pacheco (http://www.petorto.com.br) e que me mostrou e confirmou após ver outros sites, que a melhor opção era o tratamento pela técnica desenvolvida pelo Dr. Ignacio Ponseti.


Ao sairmos da maternidade fomos direto ao consultório do ortopedista que cuida de Rafaella e que faz acupuntura com ele, e o mesmo informou que trataria Alice, e que o tratamento era bastante tranquilo, e que ele trataria ela utilizando a técnica de Ponseti.


Neste momento ficamos aliviados, mas ao mesmo tempo apreensivos, pois o médico também disse que só começaria o tratamento quando ela completasse um mês, pois a pele dela era muito fininha para colocar o gesso, e pelas pesquisas que tinha feito o ideal era começar o tratamento já na primeira semana de vida, mas decidimos esperar então e continuei minhas pesquisas sobre o assunto.


Comecei então a entender mais do assunto e orientar melhor minhas buscas na internet, o que me trouxe bastante informação útil e de qualidade, que compartilharei no próximo post, informando também o que ocorreu em seguida.